escritor, dramaturgo, jornalista, artista visual, cartunista

sábado, 15 de maio de 2010

Tizin e Tiziu em: A Mosca Azul

Uma árvore e um passarinho vivem uma aventura ecológica e itinerante que se desenrola por cenários não identificados, mas facilmente reconhecíveis: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado e até em Brasília. Essa história é contada pelo escritor e dramaturgo mineiro, José Carlos Aragão, em seu novo livro, Tizin e Tiziu em A Mosca Azul (Paulinas, 2010), que será lançado neste domingo, 16, a partir das 17h, na Bienal do Livro de Minas Gerais (Expominas, Gameleira, Belo Horizonte). O livro é o primeiro de uma série protagonizada por Tizin e Tiziu, personagens originalmente criadas pelo autor (que também é cartunista) para uma história em quadrinhos, mas que é publicada agora como uma novela infanto-juvenil, magnificamente ilustrada por Flávio Fargas. Já em processo de adaptação para teatro de bonecos, o livro também deve chegar aos palcos mineiros em agosto, em espetáculo dirigido pelo próprio autor.
Sem abrir mão de seu caráter ficcional e de aventura, o livro é um pretexto para a discussão de várias questões ambientais relacionadas ao país e ao mundo, como a poluição das águas e do ar, o supercrescimento das cidades, o desmatamento, a extinção das espécies, a destinação do lixo, etc.

Porém, segundo o autor, não pretende esgotar a discussão sobre todas as questões ambientais prementes. Ao contrário, “apresenta-se como um convite à reflexão sobre os problemas ambientais, numa uma abordagem transversal que pode se alinhar aos parâmetros pedagógicos vigentes, sem substituir o lúdico e sedutor da aventura por um didatismo formal - e, quase sempre, entediante para crianças e jovens”. Para Aragão, “o livro atende simultaneamente aos interesses específicos do educador – sempre carente de suportes adequados, originais e motivadores para seus educandos -, bem como às expectativas da criança por uma narrativa envolvente e divertida”.


SINOPSE:

Tizin (forma reduzida de oiti – ou oitizeiro –, árvore muito comum na arborização urbana de muitas cidades brasileiras), cansado de ficar plantado na calçada de uma movimentada avenida, resolve se arrancar (literalmente) e sair pelo país, em busca de um lugar mais tranquilo e sossegado para fixar suas raízes outra vez.

Sua atitude inusitada atrai a atenção da mídia e ele fica famoso. Atrai também a atenção de um passarinho, um tiziu chamado Tiziu, que resolve acompanhá-lo em sua aventura.

Juntos, viajam pelo país, onde conhecem os mais variados ecossistemas e se deparam com todo tipo de ameaça ao meio ambiente: desmatamento, poluição industrial, caça predatória, contaminação dos rios, lixo, etc. Em seu périplo, conhecem também tipos curiosos: Onze-horas, a solitária flor de um jardim de praça; Jequi, um centenário jequitibá líder das árvores de um parque municipal ameaçado pela especulação imobiliária; Peixoto, o peixe que vive no esgoto; Jaca, o jacaré do Pantanal; e Bruma, uma chaminé industrial com problemas respiratórios e de consciência.

Mas a cruzada de Tizin e Tiziu torna-se uma ameaça aos interesses de Dom Baratão, dono de uma rede de lixões, que recorre uma poderosa arma secreta para tirar a dupla de seu caminho.

Bienal do Livro MG



POEMA DE AMOR CONFESSO (DECLARAÇÃO PARA OS DEVIDOS FINS)

tira-gosto #1

"Então, aqui estou: nu
como quem é dado à luz

cego que tateia a treva

cigano que compra casa.

Então, aqui estou: todo
que se faz em partes

folha que o vento leva

cinza que envolve a brasa."


Fragmento do livro POEMA DE AMOR CONFESSO (DECLARAÇÃO PARA OS DEVIDOS FINS)
(Prêmio Elpídio Câmara de Poesia/2000, editado pela Fundação de Cultura Cidade do Recife/2001).
Edição esgotada. Disponível para novos editores.